domingo, 16 de outubro de 2011

Le Carrousel

Pena que o espaço seja curto para descrever o súbito encantamento que senti. Desde então, não parei mais de pensar no bem estar de minha alma.

Seria apenas mais uma história de amor, como tantas outras, em que os amantes passam a ser dois em um, um mais um igual a um. Ela romântica e sonhadora, ele perfeccionista ao extremo, alguém que não sabe viver sem compactuar...

O amor não se traduz em palavras ou conceitos, se resume em cumplicidade, ele sabia disso. Sabia na verdade sem saber, espontâneamente fazia de sua vida um compromisso constante de realizar sonhos. Quando, então, naquela noite ela lhe entregou o coração, ele prometeu realizar todos os sonhos de sua amada.

Para ela, também não foi apenas uma mais noite. Foi de tal forma envolvente e intensa que ela sonhou. Sonhou com uma cidade, uma cidade do amor, do romance, onde a arte estaria impregnada no ar e todos respirassem arte.

No outro dia, cumprindo sua promessa, ele fez Paris.

Andei pelas ruas de Paris como numa noite de entrega onde o coração e a alma já não nos pertencem, pertencem a quem os toma e domina. Paris e sua arte me embriagaram e contaminaram.

Como se a técnica tivesse sido utilizada para realizar sonhos, a real interação entre arquitetura e engenharia, as construções não são apenas construções, são antes de tudo obras de arte concebidas por um artista num sonho e, posteriormente, realizadas pela engenharia, como numa devoção. Detalhes que fazem Paris distinta entre tantas outras cidades do planeta.

A pirâmide de vidro incorporada ao Museu do Louvre provoca um questionamento ao destoar, com sua modernidade e arrogância, da paisagem arcaica e conservadora de Paris.

Obras minhas farão parte, por um tempo, desse universo iluminado que é Paris. Meus trabalhos estarão expostos no Carrousel do Louvre, e espero possam trazer sensação igual a quem os contemplar. Pena que o espaço seja curto....

Toujours, et plus encore!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tempestade tropical

conceito A Chapel Art Show é uma exposição de artes visuais que acontece há 42 anos na sede da Chapel School - Escola Maria Imaculada. A mostra, aberta ao público e de caráter beneficente, é composta por artistas contemporâneos de renome no cenário artístico brasileiro, que disponibilizam seus trabalhos para exposição e vendas. Por seu perfil beneficente, os artistas participam diretamente do processo e com isso ganha também o comprador, que tem acesso a trabalhos diferenciados e com valores reduzidos (ChapelArtShow).

A exposição reune aproximadamente 80 convidados e o Salão de Artes Plásticas apresenta ao público cerca de dez "novos talentos".

Como artista convidada, tenho a liberdade de escolher as minhas obras. Procuro assim enviar quadros que retratem meu momento criativo atual, numa síntese significativa do meu trabalho, no ultimo ano.

Além disso, busco sempre criar um quadro que tenha força, que transmita energia, "algo especial" para esta exposição. Este ano, optei por uma tela grande, de 150 x 200cm. O quadro, predominantemente em azul, posteriormente batizado de Tempestade Tropical, comporá o catálogo Chapel.

Missão cumprida. Cumprida? É só isso, juntar tintas? Debrucei-me sobre sua foto tentando entendê-lo e me veio a ideia de uma tempestade tropical. Talvez o vermelho, a divisão do quadro em vermelho como o flash de um raio dividindo o horizonte: acima o escurecido céu durante uma tempestade, abaixo divisões de campos agriculturados. Batizei-o.

A chuva, apesar de necessária, às vezes exagera em sua força e intensidade caindo sobre nós de forma destruidora. Transforma paisagens e as recria. O artista, também transforma e recria. Por vezes faz uma leve garoinha, em outras uma intensa tempestade, mas sem dúvida, nunca com a intenção de destruir.

Chapel Art Show: 21 a 26 de outubro, das 9 às 21 hs. Rua Vigário João de Pontes, 537, Chácara Flora, São Paulo.

domingo, 9 de outubro de 2011

Natureza Viva

Efêmera é a vida das folhas e efêmera é a paisagem verde da primavera e verão. No verão, verdes e vitais para as árvores, como que vitalícias, as folhas no outono e inverno transcolorem-se de verde para o amarelo e marrom e, descartadas, fazem a ultima viagem, como num deleite, num vôo flutuante com o vento precedente da primavera. Cientificamente explicada como forma de poupança de energia para o inverno, sem dúvida a troca de folhas, pelas árvores, apresenta um espetáculo magnifico. Na região nordeste dos Estados Unidos, onde essa transformação de faz intensa, caravanas turisticas e fotográficas acontecem.

A vida se renova na primavera como se a sombra finda do inverno exigisse nova roupagem. As árvores se renovam em verde, novas e tenras verdes folhas. A calçada do ateliê estava repleta de folhas secas e caídas. A cor marrom-amarelado me chamou a atenção. Eternizar a efêmera folha num quadro, "remake" da natureza e refazer essas cores...

Como impressões digitais únicas e pessoais, essas folhas deram ao quadro o sentido de uma natureza viva, onde o ciclo solar altera e recicla a vida no planeta.

O quadro Natureza Viva integra a exposição 1a. Mostra de ARTE e MEIO AMBIENTE que acontece em Piracicaba entre 15 e 31 de outubro de 2011. É muito apropriado o endereço: Rua Boa Morte, 1257.