quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Duas irmãs

ato I

Duas meninas, meninas irmãs, mãos dadas, sonham com a vida, sonham com o futuro: "vou ser feliz? vai ser feliz? E, se feliz, vai estar ao meu lado? E, se apesar de feliz, olhar seu coração e senti-la infeliz, vou saber fazê-la feliz?E, se infeliz, olhar seu coração e senti-la feliz, poderei ser feliz por não sentir ciúmes da sua felicidade? Feliz ou infeliz, serei sua irmã para sempre. Nossas mãos nos conectam, conectam nossa alma...sou você, você sou eu...serei você amanhã, feliz ou infeliz. Cresceram e esqueceram a promessa de serem felizes e juntas. Envolveram-se com a vida, deixaram o tempo e dissabores endurecer-lhes os sentidos e não permitir amar e estarem juntas, demonstrar esse amor, o carinho de irmãs: abraçar, tocar, sentir, chorar, compartilhar e, juntas, recriarem o sentido da palavra irmanar. O telefone, por vezes o email, conecta, hoje, seus endurecidos corações.

ato II

Desconhecidas, empurradas pelo destino, duas mulheres, se olham e conversam sobre a vida, as desesperanças, os sonhos, os desatinos. Nem tudo foi como o planejado e sonhado quando meninas. Promessas foram desfeitas e não cumpridas, esquecidas no tempo... Não são irmãs, mas se desnudam e permitem se olharem como um espelho. Na alma vazia, se reconhecem e encontram na outra a irmã perdida no tempo. Não dão as mãos e caminham, dão a si mesmas a promessa da eterna cumplicidade.



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