quinta-feira, 8 de março de 2012

Tempo de Espera

Parei para pensar sobre a palavra mestre.Meu mestre !Então pensei: mãe + mostre !!!!!!!!!!!!!!
É como se a palavra resumisse o papel da mãe em nossas vidas, mostrando os caminhos, ensinado-nos a distinção entre o certo e o errado. E desta forma então, a formação do caráter,a construção de uma pessoa.
Tempo de Espera é o resultado de anos de pesquisa.
Gostaria de dedicar esta mostra solo, que será em Piracicaba de 9 a 30 de março,a meu mestre, Sylvio Coutinho, que me guiou com sabedoria nas poéticas visuais interativas , orientando-me a ter uma consciencia artística e colaborando para minha formação como artista.
Sylvio Coutinho, com seu saber, sua retórica e sua generosidade influenciaram sobremaneira minha trajetória como artista.
Obrigada Mestre!

domingo, 16 de outubro de 2011

Le Carrousel

Pena que o espaço seja curto para descrever o súbito encantamento que senti. Desde então, não parei mais de pensar no bem estar de minha alma.

Seria apenas mais uma história de amor, como tantas outras, em que os amantes passam a ser dois em um, um mais um igual a um. Ela romântica e sonhadora, ele perfeccionista ao extremo, alguém que não sabe viver sem compactuar...

O amor não se traduz em palavras ou conceitos, se resume em cumplicidade, ele sabia disso. Sabia na verdade sem saber, espontâneamente fazia de sua vida um compromisso constante de realizar sonhos. Quando, então, naquela noite ela lhe entregou o coração, ele prometeu realizar todos os sonhos de sua amada.

Para ela, também não foi apenas uma mais noite. Foi de tal forma envolvente e intensa que ela sonhou. Sonhou com uma cidade, uma cidade do amor, do romance, onde a arte estaria impregnada no ar e todos respirassem arte.

No outro dia, cumprindo sua promessa, ele fez Paris.

Andei pelas ruas de Paris como numa noite de entrega onde o coração e a alma já não nos pertencem, pertencem a quem os toma e domina. Paris e sua arte me embriagaram e contaminaram.

Como se a técnica tivesse sido utilizada para realizar sonhos, a real interação entre arquitetura e engenharia, as construções não são apenas construções, são antes de tudo obras de arte concebidas por um artista num sonho e, posteriormente, realizadas pela engenharia, como numa devoção. Detalhes que fazem Paris distinta entre tantas outras cidades do planeta.

A pirâmide de vidro incorporada ao Museu do Louvre provoca um questionamento ao destoar, com sua modernidade e arrogância, da paisagem arcaica e conservadora de Paris.

Obras minhas farão parte, por um tempo, desse universo iluminado que é Paris. Meus trabalhos estarão expostos no Carrousel do Louvre, e espero possam trazer sensação igual a quem os contemplar. Pena que o espaço seja curto....

Toujours, et plus encore!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tempestade tropical

conceito A Chapel Art Show é uma exposição de artes visuais que acontece há 42 anos na sede da Chapel School - Escola Maria Imaculada. A mostra, aberta ao público e de caráter beneficente, é composta por artistas contemporâneos de renome no cenário artístico brasileiro, que disponibilizam seus trabalhos para exposição e vendas. Por seu perfil beneficente, os artistas participam diretamente do processo e com isso ganha também o comprador, que tem acesso a trabalhos diferenciados e com valores reduzidos (ChapelArtShow).

A exposição reune aproximadamente 80 convidados e o Salão de Artes Plásticas apresenta ao público cerca de dez "novos talentos".

Como artista convidada, tenho a liberdade de escolher as minhas obras. Procuro assim enviar quadros que retratem meu momento criativo atual, numa síntese significativa do meu trabalho, no ultimo ano.

Além disso, busco sempre criar um quadro que tenha força, que transmita energia, "algo especial" para esta exposição. Este ano, optei por uma tela grande, de 150 x 200cm. O quadro, predominantemente em azul, posteriormente batizado de Tempestade Tropical, comporá o catálogo Chapel.

Missão cumprida. Cumprida? É só isso, juntar tintas? Debrucei-me sobre sua foto tentando entendê-lo e me veio a ideia de uma tempestade tropical. Talvez o vermelho, a divisão do quadro em vermelho como o flash de um raio dividindo o horizonte: acima o escurecido céu durante uma tempestade, abaixo divisões de campos agriculturados. Batizei-o.

A chuva, apesar de necessária, às vezes exagera em sua força e intensidade caindo sobre nós de forma destruidora. Transforma paisagens e as recria. O artista, também transforma e recria. Por vezes faz uma leve garoinha, em outras uma intensa tempestade, mas sem dúvida, nunca com a intenção de destruir.

Chapel Art Show: 21 a 26 de outubro, das 9 às 21 hs. Rua Vigário João de Pontes, 537, Chácara Flora, São Paulo.

domingo, 9 de outubro de 2011

Natureza Viva

Efêmera é a vida das folhas e efêmera é a paisagem verde da primavera e verão. No verão, verdes e vitais para as árvores, como que vitalícias, as folhas no outono e inverno transcolorem-se de verde para o amarelo e marrom e, descartadas, fazem a ultima viagem, como num deleite, num vôo flutuante com o vento precedente da primavera. Cientificamente explicada como forma de poupança de energia para o inverno, sem dúvida a troca de folhas, pelas árvores, apresenta um espetáculo magnifico. Na região nordeste dos Estados Unidos, onde essa transformação de faz intensa, caravanas turisticas e fotográficas acontecem.

A vida se renova na primavera como se a sombra finda do inverno exigisse nova roupagem. As árvores se renovam em verde, novas e tenras verdes folhas. A calçada do ateliê estava repleta de folhas secas e caídas. A cor marrom-amarelado me chamou a atenção. Eternizar a efêmera folha num quadro, "remake" da natureza e refazer essas cores...

Como impressões digitais únicas e pessoais, essas folhas deram ao quadro o sentido de uma natureza viva, onde o ciclo solar altera e recicla a vida no planeta.

O quadro Natureza Viva integra a exposição 1a. Mostra de ARTE e MEIO AMBIENTE que acontece em Piracicaba entre 15 e 31 de outubro de 2011. É muito apropriado o endereço: Rua Boa Morte, 1257.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ensigno nos Correios

Marco Polo conta em sua aventura na China, por volta do ano 1300, que viajantes eram agentes voluntários de correios. Se alguém na China precisasse enviar uma carta para Veneza, na Itália, escrevia e endereçava o envelope. O primeiro viajante que encontrasse seria o portador, não importando para onde ele estivesse indo. Fosse seu destino a Pérsia, levava o envelope e no caminho, ao encontrar alguém que estivesse indo mais próximo do endereço da carta, essa era repassada. Navios, ao se encontrarem em alto mar, trocavam as correspondências de acordo com o rumo de cada um. Teria sido assim o surgimento do correio internacional.

Considera-se a primeira missão de correio, no Brasil a entrega da carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, relatando o descobrimento. Nacionalmente, os Correios começam a se estruturar com a chegada da família real, em 1808, sendo o primeiro selo emitido em 1843.

O prédio do Correio Central em São Paulo, idealizado por Ramos de Azevedo, em 1922, integra um significativo conjunto arquitetônico composto, entre outros, pelo Teatro Municipal, Edifícios da Light e Martinelli, Viadutos do Chá e Santa Ifigênia. Hoje, reformado, integra-se aos novos tempos e a função correio não é mais a principal, abriu os seus espaços para a arte.

A exposição Ensigno de artes plásticas, com a participação de professores do MuBE (Museu Brasileiro de Escultura), acontece entre 20 de setembro a 20 de outubro de 2011.

Eu participo com dois quadros da série Passion.

A visita à exposição oferece a rara possibilidade do reencontro com uma parte significativa da cidade de São Paulo: o centro velho.

domingo, 25 de setembro de 2011

Calendátio 2012

Diga-me o que sentiu...quando olhou para o calendário e viu que a figura do calendário é uma imagem criada por você. Uma pintura sua. Fomos acostumados desde a infância a sonhar com a as fotos dos calendários: lugares paradisíacos; crianças ruivas e sardentas, com certeza estrangeiras, com seus animais exóticos. Nem sempre tão exóticos, às vezes um patinho ou simples gatinho mas, sem dúvida, fugindo de nossos cotidianos ilustravam os calendários e sempre nos surpreendiam, ali postadas na parede. A primeira reação era folhear até o mês do aniversário e constatar o que a sorte nos reservava no nosso aniversário. Mulheres nuas ou semi nuas em calendários de borracharia...Não sei exatamente qual é o mistério do calendário de borracharia, lugar sujo e abandonado, gerido por um borracheiro sujo e também abandonado, mas estratégicamente decorado com a ilusória imagem de uma tentadora e provocante e insinuante mulher. E, agora, reconhecendo que a vida é uma via de duas mãos, me questiono...quem mais insinua? A estonteante mulher ou o emborrachado borracheiro? Treze artistas, treze fotografias de suas obras, coordenadas por Rita Vellosa, compõem o calendário 2012. Você, biablack artista, criou pinturas. Imagens que nâo existiam. Não uma criança loura e seu periquito, ou um chalé "esfumaçando" nos Alpes Suiços. Tampouco a estonteante loira da borracharia. Um pássaro, pardal, criado por você estampa o abril de 2012. Coincidentemente, mês do seu aniversário! Diz pra mim: How do you feel?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Duas irmãs

ato I

Duas meninas, meninas irmãs, mãos dadas, sonham com a vida, sonham com o futuro: "vou ser feliz? vai ser feliz? E, se feliz, vai estar ao meu lado? E, se apesar de feliz, olhar seu coração e senti-la infeliz, vou saber fazê-la feliz?E, se infeliz, olhar seu coração e senti-la feliz, poderei ser feliz por não sentir ciúmes da sua felicidade? Feliz ou infeliz, serei sua irmã para sempre. Nossas mãos nos conectam, conectam nossa alma...sou você, você sou eu...serei você amanhã, feliz ou infeliz. Cresceram e esqueceram a promessa de serem felizes e juntas. Envolveram-se com a vida, deixaram o tempo e dissabores endurecer-lhes os sentidos e não permitir amar e estarem juntas, demonstrar esse amor, o carinho de irmãs: abraçar, tocar, sentir, chorar, compartilhar e, juntas, recriarem o sentido da palavra irmanar. O telefone, por vezes o email, conecta, hoje, seus endurecidos corações.

ato II

Desconhecidas, empurradas pelo destino, duas mulheres, se olham e conversam sobre a vida, as desesperanças, os sonhos, os desatinos. Nem tudo foi como o planejado e sonhado quando meninas. Promessas foram desfeitas e não cumpridas, esquecidas no tempo... Não são irmãs, mas se desnudam e permitem se olharem como um espelho. Na alma vazia, se reconhecem e encontram na outra a irmã perdida no tempo. Não dão as mãos e caminham, dão a si mesmas a promessa da eterna cumplicidade.